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Arquitetos: Atelier Marko Brajovic
- Área: 195 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Gustavo Uemura
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Fabricantes: Aguia Vidros, Mato Dentro, Panisol
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa Asha foi projetada após uma viagem à floresta amazônica no Acre (Brasil), onde o arquiteto Marko Brajovic conheceu a aldeia indígena Ashaninka chamada Apiwtxa. A inteligência bioclimática, topológica, uso de materiais, elegância e a flexibilidade do espaço inspirou a criação da casa Asha. O projeto de arquitetura interpreta o arquétipo da tipologia ancestral Ashaninka em espaços e dinâmicas adaptados ao programa da casa atual, ao clima do bioma da Mata Atlântica e materiais compatíveis com as técnicas construtivas do sistema estrutural necessário.
O programa Casa Asha integra um espaço multifuncional organizado em dois ambientes principais, articulados com um elemento central de serviços que serve também de base a um mezanino. Extensões laterais dos beirais que derivam do perfil estrutural, juntamente com terraços externos dos ambientes principais, compõem o espaço da casa contido em uma forma arquetípica.Outra inspiração das casas tradicionais Ashaninka é a utilização do espaço interno do beiral para armazenamento, permitindo total flexibilidade na reprogramação da casa para diferentes usos. Essa mesma característica, traz a reflexão do espaço arquitetônico ser entendido como “espaço-tempo da arquitetura” onde o abrigo é percebido pelo usuário, como um todo, extensão do corpo humano, transformando-o em funcionamento durante o dia.A estrutura da casa é montada pela repetição de componentes de perfis de madeira, na modulação de 1,2m, criando assim uma malha tridimensional e suporte para os fechamentos.
A cobertura, que protege as paredes laterais até 1,5m de altura com aberturas maiores nas duas paredes frontal e traseira, protege as paredes da chuva e do sol, minimiza o uso de materiais em toda a estrutura e fechamentos, principalmente as janelas laterais.Além disso, a estrutura da casa transcende uma organização hierárquica mantendo o mesmo dimensionamento dos componentes de vigas e pilares que funciona como "sistema trancado", construído com tábuas de igual diâmetro (5cm x 14cm); columnas, vigas, bem como o piso. Localizada numa área de mata secundária do condomínio ecológico Aldeia Rizoma em Paraty, a construção toca levemente o solo, com pilares adaptados à topografia natural, repetindo a modulação da estrutura. O material foi carregado a mão e a obra realizada exclusivamente por equipe local do bairro Souza. O conceito de "paisagismo selvagem" usado no entorno da casa, é na verdade um reflorestamento que implementa a antiga plantação de banana com técnicas agroflorestais de árvores endémicas de médio e grande porte,